Mazelas e desafios da educação brasileira
Luísa França abr 02, 2015

Mazelas e desafios da educação brasileira

Os problemas e desafios da educação brasileira figuram sempre no topo das listas de discussões entre profissionais da área e seus representantes no governo, porém, quase nunca as alterações feitas conseguem preencher todas as lacunas existentes.

Para quem atua no segmento, já ficou claro que o processo educacional deve ser avaliado e reavaliado com o objetivo de mantê-lo atualizado e sincronizado com o desenvolvimento mundial. Entretanto, no nosso país, além de questões mais ideológicas, como a relação entre o aluno e o professor e a inserção da tecnologia no espaço de ensino, há ainda problemas sociais graves no que tange a educação.

A seguir, traçamos um panorama da educação no Brasil, mostrando os desafios que já conseguimos vencer, as mazelas com que estamos lidando neste momento e o que pode nos aguardar no futuro. Acompanhe-nos:

O que conseguimos superar

Em meados da década de 1980, o maior objetivo do governo em relação à educação era reduzir o número de analfabetos, ampliando  vagas e melhorando o acesso ao ensino básico e fundamental.

Em 1996, implementou-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, conjunto de normas que regulamenta a atividade no país. A LDB ajudou a normatizar processos relacionados ao ensino e tornou obrigatório, por exemplo, que toda criança a partir dos quatros anos de idade (segundo o texto atualizado) esteja matriculada na educação infantil, sendo a matrícula um dever dos pais. O dever do governo estadual e municipal, no caso do sistema público de ensino, é oferecer vagas suficientes para todos.

De lá pra cá, muita coisa mudou: as estatísticas mostram que hoje o número de analfabetos representa 2,5% da população contra 20% em 1985. A evasão escolar também diminuiu em cerca de 17%. Duas vitórias consideráveis.

Entretanto, se, de um lado, o governo conseguiu melhorar a oferta de vagas, de outro, o sistema educacional do país está envelhecido, ultrapassado e não acompanha o ritmo do novo milênio. Não basta criar e otimizar testes que avaliam o desempenho dos estudantes, é preciso estimular e promover o crescimento de cada aluno no dia a dia.

Em que ponto estamos hoje

Atualmente, embora já tenha mudado bastante, o sistema educacional brasileiro ainda carece de melhorias que permitam-no acompanhar o desenvolvimento mundial em educação, mas nem sempre há a infraestrutura necessária para isso no nosso país.

O estímulo à leitura, por exemplo, é uma ação que deve fazer parte da rotina de todos os educadores. Em contrapartida, o acesso aos livros deve ser uma meta pública, afinal, como promover a leitura com bibliotecas defasadas e preços altos nas publicações?

E os problemas não param por aí. Profissionais que não têm a formação exigida para exercer o cargo de professor são aprovados em concursos e trabalham na área mesmo sem estarem aptos a isso. Pesquisas realizadas em 2013 apontam que 21,5% dos professores que davam aulas para o ensino fundamental não têm nível superior. Uma outra parcela, cerca de 35,4% não fizeram licenciatura.

Para onde devemos caminhar

Com as vagas oferecidas pelo programa Reuni desde 2003, aumentará o número de profissionais capacitados para se tornarem professores nos ensinos fundamental e médio. Além disso, as metas 15 e 18 do Plano Nacional de Educação visam garantir que todos os profissionais da educação básica sejam licenciados por instituições de ensino superior, bem como assegurar a criação de planos de carreira e o pagamento do piso salarial nacional para os professores do ensino básico e superior da rede pública. A perspectiva é positiva, resta saber se será realmente possível cumprir com o planejado.

A promoção da leitura e da compreensão de textos também deve estar entre as prioridades do governo e dos profissionais da educação, e sem dúvida será um grande desafio. Mas para que essa meta seja alcançada, é preciso traçar um novo panorama para a educação — tanto pública quanto privada. Os métodos tradicionais não estão mais funcionando e não dialogam com as novas tecnologias. O professor precisar acompanhar as mudanças e envolver cada aluno no processo de educação.

É preciso entender — e colocar em prática — a ideia de que o estudante deve protagonizar o seu próprio aprendizado. Quando os alunos se tornarem parte ativa e não apenas integrante desse processo e puderem opinar, divergir, dialogar, aí sim começará a surgir uma nova educação brasileira.

E você, o que tem feito para contribuir para a evolução do sistema educacional do Brasil? Leia também nosso post sobre os desafios da escola no mundo contemporâneo e continue acompanhando nosso blog!

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