Como fazer intervenções pedagógicas associando as correções TRI e TCT
Luísa França maio 23, 2017

Como fazer intervenções pedagógicas associando as correções TRI e TCT

A correção pela Teoria de Resposta ao Item (TRI) ainda gera muitas dúvidas no meio educacional. O seu cálculo é complexo e, além disso, nem sempre as escolas compreendem como a nota TRI pode ser utilizada para propor intervenções pedagógicas dentro de sala de aula associada à Teoria Clássica dos Testes (TCT).

Neste texto, vamos mostrar como isso pode ser feito, para que as escolas possam planejar intervenções mais assertivas baseadas nos resultados dos alunos calculados tanto pela TRI como pela TCT.

O que são a Teoria Clássica dos Testes (TCT) e a Teoria de Resposta ao Item (TRI)?

Para entender melhor o assunto, vamos primeiro esclarecer as diferenças entre esses dois tipos de correção.

A Teoria de Resposta ao Item (TRI) é o método de correção utilizado pelo ENEM e leva em consideração a coerência do padrão de respostas dos alunos. Sua nota é dada por Grande Área, e não por disciplina, conteúdo ou habilidade. Utilizando essa correção é possível comparar as notas de diferentes provas, como por exemplo, as notas do ENEM de anos distintos.


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Já a correção pela Teoria Clássica dos Testes (TCT) baseia-se unicamente na porcentagem de acertos do aluno. Nesse caso, é possível calcular a nota por disciplina, conteúdo ou habilidade, de acordo com o nível de categorização das questões.

A grande diferença entre os dois modelos de correção é que a TCT não é capaz de identificar os acertos ocasionais dos alunos – também conhecidos como chutes. Além disso, ela não possibilita a comparação entre duas avaliações, já que não existe uma régua única para calibragem das questões, como ocorre na TRI. Por outro lado, o cálculo da nota pela TRI é muito mais complexo, e por isso de difícil aplicação no ambiente escolar.

Como podemos associar essas duas teorias para fazer intervenções pedagógicas mais assertivas?

Com a aplicação de avaliações com correção TRI geramos uma série de dados relacionados ao desempenho dos alunos por Grande Área. Sendo assim, deve-se sempre observar a tendência, e nunca uma nota isolada no tempo. Dessa forma, a TRI mostra onde existem falhas no processo de aprendizagem, seja por meio da comparação de turmas diferentes ou acompanhando-se a nota de uma mesma turma ao longo do tempo.

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No gráfico acima, que mostra a nota TRI de 3 turmas (A, B e C) em 4 simulados diferentes, nota-se que as notas da turma C nos simulados 3 e 4 foram muito próximas. Isso pode indicar que a turma C não acompanhou a evolução observada nas turmas A e B.

Entretanto, como a análise se baseia nas Grandes Áreas do conhecimento, o educador não consegue transformar esses dados em ações práticas para melhorias. Sendo assim, a partir das tendências observadas com a ajuda das notas TRI, deve-se explorar a TCT. Através desta teoria, é possível realizar uma análise mais aprofundada por disciplina, conteúdo e habilidade, que permite identificar de fato quais são as lacunas de aprendizado dos alunos.

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A partir dos resultados obtidos pela TCT, percebe-se que a turma C teve um desempenho muito inferior às outras turmas no conteúdo de funções. Isso pode indicar uma lacuna no aprendizado dos alunos nesse assunto.

Dessa maneira, primeiro é preciso identificar em qual ou quais Áreas do Conhecimento a escola precisa atuar. É necessário identificar comportamentos como uma média TRI que não cresceu tanto quanto desejado ou que de fato diminuiu, quando comparamos a evolução do desempenho dos alunos ao longo do tempo. Dessa forma, a comparação do resultado de turmas diferentes permite determinar qual ou quais Áreas do Conhecimentos apresentam resultados heterogêneos.

Uma vez definida a Grande Área que requer atenção, analisam-se os resultados pela TCT, correção que vai indicar taxas de erro e acerto por disciplina, conteúdo e habilidade. Assim, é possível determinar as intervenções pedagógicas que o professor pode aplicar em sala de aula.

Com a taxa de marcação, é possível compreender exatamente o que precisa ser melhorado e quais são as lacunas no aprendizado dos alunos, pois torna-se visível para o educador em quais assuntos o aluno não teve o desempenho esperado. Com isso, o professor pode entender quais são os pontos de atenção e melhoria no processo de aprendizagem.

Por fim, os educadores podem fazer uma análise ainda mais profunda a partir da taxa de marcação por alternativa das questões mais erradas. Esse estudo permite entender quais foram os descritores que mais levaram ao erro dos alunos. Com essa informação, os coordenadores e professores conseguem identificar o raciocínio desenvolvido pelos estudantes e quais pontos devem ser esclarecidos para corrigir as lacunas do aprendizado.

É importante destacar que, uma vez feitas as análises e as intervenções pedagógicas, é fundamental que a escola aplique novas avaliações para assegurar a aprendizagem dos alunos. Em outras palavras, a escola deve implementar uma cultura de avaliação contínua, que se baseie em um ciclo constante de avaliação, análise e intervenção.


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