O que é Dificuldade de Aprendizagem e como contorná-la?
Luísa França ago 09, 2016

Dificuldade de Aprendizagem

Profissionais da área de educação precisam lidar com alunos que apresentam os mais diversos históricos. Alguns possuem uma condição socioeconômica desfavorável, outros não recebem o incentivo correto para o estudo em casa e há os apresentam problemas de fundo biológico. Neste último caso, estamos entrando no campo das dificuldades de aprendizagem.

É este tema que esse texto vai abordar, explicando de maneira mais detalhada qual o significado dessa desordem. Confira!

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O que é dificuldade de aprendizagem?

A dificuldade de aprendizagem está relacionada aos problemas que não decorrem de causas educativas, ou seja, aquelas instâncias em que, mesmo após uma mudança na abordagem educacional do professor, o aluno continua apresentando os mesmos sintomas.

Isso aponta para a necessidade de uma investigação mais aprofundada, que determinará quais são as causas da dificuldade em questão.

O que causa dificuldades de aprendizagem?

As principais dificuldades de aprendizagem são associadas a algum comprometimento no funcionamento de certas áreas do cérebro. Porém, é arriscado falar somente em uma causa biológica. Frequentemente, alunos que apresentam sintomas relativos a problemas de atenção, ansiedade ou agitação desenvolvem os problemas por causa de algum conflito pessoal, familiar — e não por razões de mal funcionamento fisiológico.

Quais são as principais dificuldades de aprendizagem?

Alguns exemplos de dificuldades de aprendizagem mais conhecidos são:

Dislexia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam, tipicamente, uma dificuldade de leitura. É muito comum, apresentando mais de 2 milhões de casos relatados por ano no Brasil.

Disgrafia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam dificuldade na escrita. Isso inclui, principalmente, erros de ortografia, como trocar, omitir, acrescentar ou inverter letras.

Discalculia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio são afetados, principalmente, em sua relação com a matemática. Portanto, os sinais envolvem dificuldade em organizar, classificar e realizar operações com números.

Dislalia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio demonstram dificuldades na fala. Eles podem ter alterações da formação normal dos órgãos fonadores, dificultando a produção de certos sons da língua.

Disortografia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio geralmente também são afetados pela dislexia. Embora também esteja relacionado à linguagem escrita, é mais amplo do que a disgrafia. Pode envolver desde a falta de vontade de escrever até a dificuldade em concatenar orações.

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Os alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam baixa concentração, inquietude e impulsividade. Foi constatado que uma das causas do TDAH é genética, e que há implicações neurológicas. O TDAH já é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um transtorno legítimo.

Como identificar e avaliar as dificuldades de aprendizagem?

Para a identificação de alguma possível dificuldade de aprendizagem, o papel do professor é fundamental. Afinal, ele tem contato diário e próximo com o aluno, além de ter fácil acesso aos grupos que o cercam — família, amigos e outros professores. A rotina da escola – realização de tarefas em grupo, simulados e outras atividades – também é muito propícia para identificar queixas dos alunos que podem apontar (ou não) para casos de dificuldade de aprendizagem.

Porém, antes de lançar qualquer possibilidade de diagnóstico, é preciso que o aluno passe uma avaliação especializada com profissionais da área de saúde.

Esta é uma medida indispensável, pois a realização de avaliações superficiais tem causado um aumento no número de crianças e adolescentes que são desnecessariamente submetidos a tratamentos medicamentosos.

A avaliação pode ser conduzida por uma equipe multidisciplinar, para garantir uma visão mais holística do aluno. A equipe inclui médicos, especialmente neurologistas, além de psiquiatras, psicólogos, psicopedagogos e, até mesmo, fonoaudiólogos. Cada um dos profissionais terá uma perspectiva a agregar na avaliação, evitando a miopia de atribuir o problema a uma causa única.

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Qual o papel da escola diante da dificuldade de aprendizagem dos alunos?

Em primeiro lugar, a escola deve compreender que os alunos com dificuldade de aprendizagem não são incapazes de aprender. É papel da escola, portanto, quebrar certos rótulos e paradigmas de que um aluno com dificuldade de aprendizagem é “deficiente” ou “fraco”.

Também é seu papel promover maior integração do aluno com o restante da comunidade escolar. Vale a pena reforçar que, se a integração não ocorre, o próprio isolamento pode dar margem a uma queda no desempenho do aluno; não por causa das dificuldades em si, mas devido à desmotivação e frustração com a vida escolar.

Finalmente, também é papel da escola, por meio da figura do professor, adaptar a metodologia de ensino para ajudar o aluno. Não estamos falando apenas de adotar práticas ou instrumentos para contornar as dificuldades de aprendizagem. Na realidade, é mais necessário buscar a dinamicidade e inovação na sala de aula, integrando atividades lúdicas por meio do processo de gamificação e adotando ferramentas tecnológicas de apoio ao ensino. O objetivo é estimular o aluno, de uma forma despretensiosa, a desafiar sua concepção sobre as próprias limitações.

Quais modalidades de atendimento são essenciais para alunos com dificuldade de aprendizagem?

O aluno que apresenta alguma dificuldade de aprendizagem se beneficiará de um acompanhamento regular com a mesma equipe responsável pelo seu diagnóstico.

Os tipos de serviço que devem ser disponibilizados ao aluno vão variar de acordo com a dificuldade apresentada. De maneira geral, os principais serviços que trarão ao aluno uma melhoria na qualidade de sua vida escolar, bem como em seu desempenho, são:

– Consultas com neurologista e psiquiatra, para realização de exames;

– Sessões de terapia com psicólogo;

– Sessões de aconselhamento com pedagogo ou psicopedagogo;

– Sessões de fonoaudiologia, especificamente no caso da dislalia;

– Realização de atividades educativas extraclasse com professores de Português ou Matemática, conforme a dificuldade de aprendizagem.

Também é essencial que os profissionais tenham alguma forma de comunicação, já que todos eles vão influenciar o avanço e melhoria do aluno. É importante que o pedagogo tenha ciência das atividades que estão sendo desenvolvidas pelos professores e o psicólogo saiba dos procedimentos realizados pelo psiquiatra, e assim por diante. A própria família do aluno é mais indicada para assumir este papel, realizando o elo entre a equipe que realiza o acompanhamento multidisciplinar.

Neste texto, você entendeu mais a fundo o que é dificuldade de aprendizagem. Ao identificar um jovem que sofre com dislexia, TDAH ou outro problema, o professor precisa estabelecer uma relação melhor com ele. Isso é essencial para que o profissional e a escola como um todo estejam em uma posição adequada para ajudar o aluno.

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