Como o professor pode ajudar a superar questões de preconceito em sala de aula?
Daniela Panteliades mar 23, 2016

Como o professor pode ajudar a superar questões de preconceito em sala de aula?

Felizmente, hoje em dia se percebe uma tendência mundial em direção à celebração da diversidade, acompanhada pelo empoderamento das minorias e a erradicação do preconceito nos mais diversos contextos. Apesar disso, alguns espaços da nossa sociedade ainda são especialmente propícios ao surgimento da discriminação. E a escola, por ser um ambiente em que crianças e adolescentes exercem uma enorme pressão dos pares uns sobre os outros (também conhecida como peer pressure), acaba se mostrando como um desses espaços. Mas a escola também é um lugar de formação e aprendizado. Assim, também conta com ótimas oportunidades voltadas para o combate ao preconceito em sala de aula e fora dela.

Trataremos desse assunto no post de hoje, procurando apontar atitudes que possam ajudar o professor a combater qualquer tipo de preconceito entre os estudantes, ajudando assim a formar pessoas mais conscientes, tolerantes e abertas ao futuro que vem sendo construído. Então vamos lá?

As faces do preconceito em sala de aula

A princípio, pode parecer que as manifestações de preconceito entre os alunos se restrinjam às diferenças raciais. Contudo, é bem possível que haja muitos outros tipos de discriminação ocorrendo na escola.

Mesmo nas instituições em que se adota o uniforme completo, acabam sendo frequentes as hostilidades em relação aos acessórios e materiais escolares dos estudantes, com aqueles que não têm condições de adquirir os itens da moda sendo hostilizados. A discriminação também tende a atingir alunos tímidos, com aparência fora dos ditos padrões ou simplesmente com desempenho ruim em uma ou outra disciplina (sobretudo naquelas que envolvem atividades coletivas, como Educação Física). É preciso que os educadores se atentem a manifestações de bullying e situações de isolamentos causadas pelo preconceito.

O abraço à diversidade pelo diálogo

Ainda que a discriminação não apareça de maneira explícita na escola, pode ser interessante abordar o assunto junto aos alunos para conscientizá-los, por meio do diálogo, sobre preconceitos latentes dos quais eles frequentemente sequer se dão conta.

Seja por meio da literatura ou de debates, com os alunos mais velhos, ou de dinâmicas e narração de histórias, com os mais jovens, a discriminação deve ter espaço, sendo tema de conversas intermediadas pelo educador. Pense bem: se o preconceito é construído pela sociedade, para erradicá-lo é preciso contar com a desconstrução. E isso pode ser feito em sala, ensinando o estudante a se colocar no lugar do outro e enxergar que, apesar das diferenças, somos todos seres humanos e merecemos respeito.

Os adultos entrando na luta pela causa

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa (INEP) em 2009 mostrou que 93,3% dos entrevistados possuíam algum tipo de preconceito racial, socioeconômico, de gênero, orientação sexual ou territorial. E essa porcentagem corresponde a mais de 18 mil pessoas em 500 escolas do país, incluindo não apenas estudantes, como também pais, educadores e funcionários da instituição.

Diante desses números e do fato de que o preconceito dos jovens pode ser entendido como um reflexo das atitudes dos adultos, conclui-se que o combate à discriminação também deve chegar aos professores e demais profissionais direta e indiretamente envolvidos no processo educativo. A conscientização sobre seus próprios preconceitos e a abertura para aprender com os alunos são ótimas vias. Dessa forma, é possível não apenas ensinar ao estudante a ser tolerante como, ainda, servir de modelo para que ele tome certas atitudes no seu dia a dia.

Aproveite o momento para ler também nosso post sobre a gestão de conflitos na escola e aprender a lidar com as brigas que podem ser causadas pela discriminação!

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