A experiência do Colégio Santo Antônio (Belo Horizonte) com a aplicação do mesmo simulado nas 3 séries
Você já pensou em aplicar um mesmo simulado com correção TRI para todos os alunos do Ensino Médio? Ainda que essa prática possa parecer um pouco estranha a princípio, ela traz diversos benefícios, porque ajuda a identificar os pontos fortes e fracos de cada etapa do ensino e permite acompanhar a evolução dos alunos ao longo de todo o Ensino Médio – e não apenas em cada série isoladamente.
Isso é possível quando o simulado em questão é corrigido segundo a Teoria de Resposta ao Item (TRI). Essa metodologia de correção, ainda que mais complexa do que a Teoria Clássica dos Testes (TCT), permite a comparação de resultados de provas diferentes.
Isso significa que, quando um mesmo simulado é aplicado para alunos de séries diferentes, a correção TRI permite determinar a proficiência observada para cada série. Assim, a escola consegue acompanhar a evolução dos estudantes ao longo de todo o Ensino Médio – bem como identificar os pontos de atenção que devem ser trabalhados em cada ano.
Na prática: Colégio Santo Antônio (Belo Horizonte, MG)
O Colégio Santo Antônio de Belo Horizonte, MG, é referência nacional sempre que saem os resultados do ENEM. A escola, parceira do AppProva desde 2012, foi uma das primeiras a aplicar a prática de oferecer o mesmo simulado para as 3 séries do Ensino Médio e desde então tem observado resultados muito positivos.
Confira abaixo a entrevista feita com Olavo Campos, Coordenador Geral do Colégio Santo Antônio, e saiba mais sobre como foi aplicar o mesmo simulado nas 3 séries no Colégio Santo Antônio e quais os resultados observados. A entrevista foi conduzida por João Guilherme Gallo, Especialista em Tecnologias Educacionais e co-fundador do AppProva.
JG: Oi, pessoal! Dando continuidade à nossa sequência de vídeos sobre 1 simulado para 3 séries, hoje nós temos aqui o Olavo Campos, Coordenador Geral do Colégio Santo Antônio, que é referência sempre que saem os resultados do ENEM e que foi uma das primeiras escolas a adotar o AppProva, em 2012. O Colégio Santo Antônio também foi uma das primeiras escolas a adotar a prática de oferecer o mesmo simulado para todas as séries do Ensino Médio, quando muita gente achava que isso não podia dar certo. Trouxemos o Olavo aqui para mostrar um caso real de como isso aconteceu no Colégio Santo Antônio. O que te motivou a realizar a mesma avaliação para todas as séries do Ensino Médio?
OC: O que nos motivou foi a questão do desafio: os nossos alunos gostam de desafios. Quando eu cheguei com essa notícia de que as 3 séries do Ensino Médio fariam a mesma prova alguns professores estranharam, mas os alunos gostaram. A avaliação não é para medir o que o aluno sabe repetir, mas o que ele sabe realmente e o que ele tem a aprender. Então, para a surpresa de alguns professores, alguns alunos sabiam muitas questões de matérias que ainda não tinham sido dadas – vários alunos de séries anteriores sabiam. Então foi uma coisa boa que os alunos gostaram.
JG: Falando sobre esse tipo de avaliação, como vocês veem essa possibilidade de acompanhar a evolução da proficiência do aluno desde a primeira até a terceira série, no Ensino Médio como um todo e não só na terceira série?
OC: Nós recebemos os relatórios e aí podemos avaliar quais as habilidades que precisam ser trabalhadas em cada série: em quais temos que dar mais ênfase e quais o professor não precisa ficar repetindo. Então foi uma coisa boa. Este ano fizemos com alunos voluntários, mas a partir do ano que vem vai ser obrigatório.
JG: Dentro dessa ideia de colocar esse simulado como uma atividade dentro do calendário escolar, como foi e está sendo o processo de demonstrar para os alunos desde a primeira série que é relevante eles participarem desse tipo de avaliação? E para os professores, que às vezes questionam e ficam um pouco receosos de estarem sendo avaliados, ou mesmo inseguros se o aluno não for bem na área de conhecimento da disciplina dele, quando é esperado que aquele aluno não tenha determinada proficiência ou não consiga resolver determinado conteúdo na primeira ou segunda série?
OC: Os professores ficaram tranquilos, porque é a questão de confiança no próprio trabalho e a escola confia neles, então a gente não trabalha com uma avaliação quantitativa do professor. Os alunos também têm muita confiança na escola e gostam do desafio, então não nos trouxe problema nenhum. Aliás, ajudou, ajuda bastante.
JG: Na prática, como vocês organizaram essas aplicações do simulado?
OC: A primeira [aplicação] nós fizemos no mesmo dia [para todas as séries]. Depois, por questões de calendário, não deu para conciliar as três turmas no mesmo horário e então fizeram em horários diferentes, mas sem problemas de quebra de sigilo porque não valia nota. Então o aluno faz aquela avaliação para ele também se autoavaliar, não é por questão de nota ou rendimento.
JG: Dentro dessa experiência, o que você considerou um grande desafio? O que você precisou gastar mais energia para contornar – com alunos professores, pais etc?
OC: Por parte dos pais não tivemos nenhum problema. Os pais já conhecem a escola e sabem que se fazemos alguma coisa é para melhorar. Os professores acharam bom, porque eles têm mais um elemento para fazer a programação do trabalho. E os alunos gostaram. Não recebi críticas ou reclamações não.
JG: Você já falou que pretende no ano que vem colocar os simulados para as 3 séries como parte do calendário das atividades obrigatórias da escola. Além disso, o que você pretende fazer, o que foi um aprendizado deste ano que no ano que vem você vai fazer para ter ainda mais sucesso nessa aplicação?
OC: Ainda temos que discutir o ano que vem, mas uma ideia é essa: a atividade ser obrigatória e constar no calendário. Como que a gente vai avaliar, ou se isso vai entrar na pontuação do aluno, nós ainda não decidimos. Mas sabemos que agora é uma coisa irreversível – foi positiva e a gente pretende continuar [aplicando os simulados nas 3 séries].
JG: Quando fazemos uma análise desses simulados que o Colégio Santo Antônio aplicou temos uma percepção clara de que a evolução dos alunos fica bem dentro daquilo que consideramos o modelo ideal. Conseguimos perceber uma evolução da proficiência dos alunos ao longo do Ensino Médio – tanto dos alunos que já tinham uma proficiência mais elevada quanto aqueles que tinham uma proficiência um pouco mais baixa. Ao longo das séries também vai acontecendo uma maior homogeneização dos alunos – percebemos que aqueles alunos que estavam um pouco mais pra trás conseguem se aproximar um pouco mais dos alunos de proficiência maior. Na sua opinião, analisando isso, como esse resultado ajudou e pode ajudar na definição da estratégia da escola?
OC: O aluno no simulado aprende que ele não está ali para competir nem para mostrar a nota. Ele está ali para ver a quantidade de assuntos que ele precisa estudar. A quantidade de coisa que ele sabe é muito importante, aumenta a autoconfiança do aluno, mas até aqueles que têm um ótimo rendimento verificam que têm muita coisa a estudar. Então o simulado estimula muito isso – um colega ajudar o outro, estudar com o outro e assim aumentar o rendimento.
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